O Intervalo...
Confiaram em ti, todo o espírito belo,
A virtude que te acolhe com toda a vontade,
Enquanto que a mim, me foi confiado
O suspiro disforme do escuro. Enquanto olhava astutamente sobre a luz,
a tua presença serena, que mesmo sentada,
me fazia esquecer as minhas falas.
Talvez deve-se olhar para o que estou a fazer, pensava. "Eu não matei ninguém!" disse seguindo o guião, guião esse que quase se evaporava da minha cabeça quando via o teu corpo a olhar atentamente, para o palco. A cortina fecha rapidamente,
e como um abrir e fechar de olhos,
a tua presença desaparece.
Deparo-me com a realidade, e vejo que foi um intervalo.
Corro apressadamente até às cortinas e espreito para a sala,
ainda lá estas!
Vejo-te a levantar com toda a tua graciosidade,
e deslocas-te lá para fora da sala, e a minha alma caí.
Adorável! O intervalo que já passou,
e quando as cortinas se abrem novamente,
vejo que voltaste, para o mesmo lugar, com a mesma graciosidade,
mas agora estás diferente, sorris. Não sei se será por minha culpa, mas se for
eu também sorrirei para mim mesmo.
Por fim a peça acaba, e vejo as tuas palmas,
que são sinceras, e o meu coração pobre alegra-se.
Foi, então, que eu, um homem,
disforme como a escuridão, por ti aprendeu a sorrir,
Ser gracioso, sincero da minha imaginação.