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Eça de Queiroz - Contos


Eça de Queiroz: José Maria Eça de Queirós nasceu em 1845, na Póvoa de Varzim, foi filho de um magistrado, também ele escritor, e morreu em 1900, em Paris. Eça de Queiroz é considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador, profundo e perspicaz da nossa prosa literária. Entrou para o curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70, já então unidos em torno da figura carismática de Antero de Quental. Aí acedeu às recentes ou redescobertas correntes ideológicas e literárias europeias: o Positivismo, o Socialismo, o Realismo-Naturalismo, sem, contudo, participar ativamente na que seria a primeira polémica dessa geração, a Questão Coimbrã (1865-1866). Terminado o curso, fundou o jornal O Distrito de Évora, em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística como redator. Colaborou ainda na Gazeta de Portugal, onde publicou muitos dos textos - indiciadores de uma nova estilística imaginativa - postumamente reeditados no volume das Prosas Bárbaras. No final desse ano, formou-se o "Cenáculo", de que viriam a fazer parte, nesta primeira fase e além de Eça, Jaime Batalha Reis, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Salomão Saraiva, entre outros. Após uma viagem pelo Oriente, para assistir à inauguração do canal de Suez como correspondente do Diário Nacional, regressou a Lisboa, onde participou, com Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, na criação do poeta satânico Carlos Fradique Mendes e escreveu, em 1870, em parceria com Ramalho Ortigão, o Mistério da Estrada de Sintra. No ano seguinte, proferiu a conferência "O Realismo como nova expressão da Arte", integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola, com influência das doutrinas de Proudhon e Taine. No mesmo ano, iniciou, novamente com Ramalho, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa. Em 1872, iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocuparia o cargo de cônsul sucessivamente em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. O afastamento do meio português não o impediu de colaborar na nossa imprensa, com crónicas e contos, em jornais e de fundar a Revista de Portugal em 1889, dando-lhe um critério de observação mais objetivo e crítico da sociedade portuguesa. Aliás, foi em Inglaterra que Eça escreveu a parte mais significativa da sua obra, através da qual se revelou um dos mais notáveis artistas da língua portuguesa. Na obra deste vulto máximo da literatura portuguesa, criador do romance moderno, distinguem-se usualmente três fases estéticas: a primeira, de influência romântica, que engloba os textos posteriormente incluídos nas Prosas Bárbaras e vai até ao Mistério da Estrada de Sintra; a segunda, de afirmação do Realismo, que se inicia com a participação nas Conferências do Casino Lisbonense e se manifesta plenamente nos romances O Primo Basílio e O Crime do Padre Amaro; e a terceira, de superação do Realismo-Naturalismo, espelhada nos romances Os Maias , A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as Serras. Obra Contos: A obra Contos, foi classificada como contos, tal como o seu nome indica, e este livro foi o resultado da junção dos seus contos. O livro foi publicado em 1902, e os contos que possui são: Singularidade de uma Rapariga Loura; Um Poeta Lírico; No Moinho; Civilização; O Tesouro; Frei Genebro; Adão e Eva no Paraíso; A Aia; O Defunto; José Matias; A Perfeição; O Suave Milagre e por fim Outro Amável Milagre. Mas como os contos são em um numero significativo irei apenas me prenunciar em relação a três, que são O Moinho, O Tesouro e A Aia. Começando pelo conto O Moinho, a Maria da Piedade era uma mulher comparada a uma fada pelo médico de seu marido, João Coutinho, pelo qual tinha amor, mas ao conhecer o primo de seu marido, Adrião, ela se apaixona logo. A Maria da Piedade ajudando o Adrião com a venda da fazenda, recebe um convite para visitar um moinho que ficava naquela região. Esse moinho era em um lugar longe da área urbana. Adrião então, sem conseguir mais resistir, beija Maria, que cede. Adrião ao ver o erro que cometeu, pois Maria era a mulher do seu primo, decide voltar para a sua cidade. A Maria da Piedade fica tão abalada que muda o seu comportamento, deixa de cuidar de seus filhos e do marido que estão doentes e passa de Santa para Vénus, tendo um caso com um dos mais nojentos homens da região, o farmacêutico.

Passando agora para o segundo conto O Tesouro, a história narra a vida de três irmãos de Medranhos que habitam o Reino das Astúrias e são fidalgos mais famintos e miseráveis do reino. Os três irmãos passam os dias no Paço de Medranhos junto à lareira. À noite comem pedaços de pão esfregados em alho e depois deitam-se no estábulo para aproveitar o calor das suas três éguas. Um dia enquanto passeavam na mata de Roquelanes, encontram um cofre de ferro com uma inscrição árabe que possuía três chaves e três fechaduras. Os três irmãos ficaram obcecados por voltarem às suas vidas de riqueza, o que faz com que eles fiquem com raiva e a duvidarem uns dos outros. Com isto, Rui decide que o tesouro será distribuído entre eles com iguais quantidades por todos. Assim decidem que Guanes se dirigirá à vila mais próxima e trará comida e alforges para carregar o tesouro. Enquanto Guanes vai à vila o Rui tenta enganar o seu irmão Rostabal a matar Guanes, para assim dividirem o tesouro só por dois. O Guanes é morto e à primeira oportunidade Rui mata Rostabal, e fica com o Tesouro só para ele. Enquanto o Rui celebra a vitória, repara que o seu irmão só trouxe duas garrafas de vinho para três irmãos, mas não dá grande atenção e começa a beber o vinho e a comer o Capão que o irmão trouxe. Posteriormente começa a sentir-se mal, como se uma chama se acendesse dentro dele e acaba por morrer. Por fim acabam os três por morrer e o tesouro continua na mata. Por fim irei me pronunciar em relação ao conto A Aia. O conto começa com a noticia do rei que foi derrotado e morto após uma batalha. A rainha quando soube da morte do Rei ficou desolada e tentou fazer de tudo para criar o seu filho, contudo, o tio da criança, ficou ansioso por se sentar no trono e ficou disposto a tudo para conseguir o trono. Uma noite, depois de embalar o príncipe a aia deitou-se e adormeceu. Mas rapidamente acordou com o barulho dos passos do tio que vinha para matar o príncipe. O filho da Aia que nasceu na mesma noite que o príncipe, dormia num berço de verga ao lado do mesmo e num movimento rápido, ela troca os bebés salvando o seu futuro rei à custa da vida do seu filho. A rainha apercebendo-se aquilo que a aia tinha feito agradece-lhe, e prometendo dar-lhe todas as riquezas. A aia, assim que pode, pega num punhal cheio de esmeraldas que pertencia ao tesouro real e diz: - Salvei o meu príncipe - agora vou dar de mamar ao meu filho! E cravou o punhal no coração. Crítica à obra: Esta obra foi a minha escolhida porque eu pessoalmente gosto muito de contos e acho que o Eça de Queiroz tem contos lindos e simplesmente únicos. A obra Contos é uma obra grandiosa com os grandes contos de Eça reunidos num só livro, e a história que é narrada em cada conto é simplesmente única e maravilhosa.

Obras Citadas: QUEIROZ, EÇA DE. Contos. Lisboa: Livros do Brasil, 1979. Meio de Leitura: Impressão


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