top of page

Romeu Correia - O Vagabundo das Mãos de Oiro

Romeu Correia:

Romeu Henrique Correia nasceu em Almada no ano de 1917 e faleceu mais tarde no ano de 1996, com 78 anos de idade. O Romeu Correia foi escritor, dramaturgo e desportista português. E foi inaugurado inclusive um fórum Municipal em Almada chamado “Fórum Municipal Romeu Correia”. Também existe uma escola com o seu nome “Escola Secundária Romeu Correia” no Feijó, concelho de Almada.

O Romeu Correia colaborou em várias publicações, das quais se destacam o Suplemento Cultural de O Comércio do Porto, Vértice, Sílex e Jornal Record.

Ele destacou-se mais como dramaturgo e ficcionista, e insere-se inicialmente na corrente neo-realista. E as suas obras foram marcadas por uma forte ligação às fontes da literatura oral popular, e decorrem frequentemente em ambientes como os do circo, das feiras, do teatro dos fantoches, onde a obra O Vagabundo Das Mãos De Ouro faz parte, ou outros grupos marginais à sociedade. E durante os últimos anos da sua vida, foi o dramaturgo mais representado por grupos amadores de teatro em Portugal.

A sua obra foi distinguida com alguns prémios literários, entre os quais O Prémio da Crítica, em 1962, o Prémio da Casa da Imprensa – Óscares da Imprensa, em 1962, entre muitos outros pelo qual recebeu.

Já em relação à sua carreira como desportista podemos dizer que o Romeu Correia foi atleta de competição de atletismo e foi também um campeão de boxe amador. Ele casou-se em 1942 com uma campeã nacional de Atletismo, da qual ele foi treinador.

Obra O Vagabundo Das Mãos de Ouro:

Este livro é uma obra teatral, publicada em 1989. O livro narra a vida de um senhor ao qual é referido na peça como Mestre Albino, que andava de aldeia em aldeia, pelas feiras e pelas romarias, a fazer as suas peças de teatro, pois é ele que as faz com a ajuda do Zé Guia. O Mestre Albino é apresentado logo no início do primeiro ato como um bêbado, e a bebida por vezes chegava até a ficar maluco por conta do mesmo. O Mestre Albino inspirava-se na sua própria vida para criar as suas peças teatrais. A história começa com a Cláudia que queria mudar de vida, pois já estava farta da vida que tinha, já estava farta de sofrer e de esperar pelo Mestre Albino, pois ele tinha a abandonado quando estava grávida de Hortense. Até que a Cláudia casa-se outra vez, ter outra vida e viver outra aventura, mas a Cláudia ainda amava o Mestre Albino. Mais tarde na aldeia começou-se um boato de que a Cláu


dia ia casar-se com o Aleixo, e que ia ser um casamento em segredo. Mais tarde a Mónica vai até à casa da Cláudia para ver se já estava tudo pronto, e a Cláudia manda a Hortense sair de casa.

A Hortense vai até à fonte, mas na viagem de regresso é olhada e confrontada pelas pessoas da aldeia, que começam a fazer-lhe perguntas do gênero onde se encontrava o seu padrasto, se a água que ela levava era para ele, entre outras perguntas. A Hortense completamente sem saber do que se tratava aquelas perguntas, corre para casa e quando chega conta à sua mãe o que se passou. A Cláudia, então, conta a Hortense a verdade, mas a Hortense não aceita, pois ela ia começar a ser mal vista na aldeia, pois as pessoas daquela aldeia, possuíam uma mentalidade antiquada. Tudo o que fosse novo, praticamente não era aceite e se uma mulher arranja outro homem era mal vista e considerada uma “vai com todos”.

A mãe da Cláudia também lhe diz que não estava certo aquela atitude, e disse que se o homem que ela teve não lhe chegava, mas ao fazer isto a Cláudia revolta-se e afirma que ninguém tem o direito de a julgar e que ela tem o direito de fazer a sua vida, pois o Mestre Albino a tinha abandonado. Posteriormente à cena da discussão da Cláudia com a mãe, aprece lá em casa o Aleixo com o Ernesto para marcarem as coisas.

Depois de almoçarem a Cláudia, a Mónica, o Ernesto e o Aleixo decidem sair e a mãe da Cláudia fica em casa. A Hortense, posteriormente, critica a avó e começa a chorar, mas a avó conta-lhe que o seu pai está vivo e que tem mãos de ouro e a Hortense fica muito contente e decide ir à procura do pai. Neste momento, o Mestre Albino emociona-se e a Hortense ganha vida. Ela começa a falar e diz que o seu pai está vivo e que ia à procura dele, pois ele tinha umas mãos de ouro. O Mestre diz que sabe disso tudo e começa a gritar com o Zé Guia para que ele começasse a vestir as marionetas, pois ele queria fazer outra peça, porque o Mestre Albino estava a lembrar-se da sua vida passada. E para isso a Hortense foge e logo o Mestre Albino começa a criar outra peça.

No segundo ato entram as mesmas personagens, mas com outros nomes e em outras vidas. A Hortense volta e começa a participar na peça, ela aparece numa casa de uma família burguesa. A família estava a ter uma discussão e aparece a Hortense muito engraçada, calma e a brincar. A D. Elisa estava confusa e perguntava à Hortense como ela tinha ido parar ali, e também lhe perguntava quem era ela, e a resposta que a Hortense lhe dava era que era a Hortense. A D. Elisa não estava a gostar da brincadeira e chama a criada, pois tinha pensado que era uma amiga dela, mas a D. Elisa enganou-se. O Leonardo dizia à mãe para ficarem com ela, que a Hortense era muito engraçada e que queria fazer um retrato dela, mas a mãe começa a discutir com ele e Honorato, e a Clara e o Leonardo começam-se a rir dela.

O Honorato estava farto da D. Elisa, pois ela não lhe dava amor, só o criticava, ela só pensava em ter dinheiro e luxo, e o trabalho do marido era um trabalho sujo, e o Honorato não gostava disso, pois era graças ao seu trabalho que ela comprava as suas coisas e sustentava a casa.

Eles vão-se embora e o Honorato começa a abraçar a Hortense, e a dizer que ela era muito bonita, e que iam fugir os dois para longe, sem ninguém saber, mas ao ouvir isto a Hortense começa a gritar e a pedir ajuda à sua mãe e à sua tia Mónica. Ela consegue soltar-se e foge para os braços do Leonardo, que é onde acaba o segundo ato.

No terceiro e ultimo ato, a Hortense entra em estado de loucura, pois começa a confundir as pessoas, visto que começa a chamar ao Leonardo Leandro, chama a Honorato Aleixo, e por ai fora. A D. Elisa pensa que ela está doente e acalma-a adormecendo-a. E quando a Hortense adormeceu, começou a sonhar e chamava pela sua família, até que vomitou sangue para almofada e eles pensavam que era uma doença contagiosa. O Leonardo foi o único que não fugiu, porque gostava dela e não ia abandoná-la.

De repente, entra pelo palco o Mestre Albino, a dizer que lhe querem roubar a sua Hortense. Mas ao ver isto o Zé Guia continua a representar com os fantoches, ignorando completamente o Mestre Albino.

O Dagoberto dá uma novidade à família, ao dizer que o Mestre Albino foi internado no manicómio porque ficou maluco. E assim acaba a peça de teatro. Com o Mestre Albino a chorar e a embalar os farrapos da boneca, que era a representação da Hortense e ao fazer isso começa a relembrar a sua infância, até que cai o pano.


Crítica à obra:


Esta obra foi a minha escolha devido ao seu título, que quando o li deixou-me intrigado.

Esta obra foi muito bem escrita e estruturada, possui uma leitura clara e fácil à compreensão de todos os leitores, o que torna a peça ainda mais engraçada. Foi realmente uma peça divertida e com certeza tornou-se numa peça para futuramente representar.

Ao longo da peça podemos encontrar várias didascálias que justamente só tornam a leitura desta peça mais realista.

Obras Citadas:

CORREIA, ROMEU HENRIQUE. O Vagabundo Das Mãos de Ouro. Lisboa: Editorial Notícias, 1989. Meio de Leitura: Impressão


Destaque
Tags
Nenhum tag.
bottom of page