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Conto - Nunca Soube o Seu Nome

No âmbito de mais uma aula de PIL foi nos pedido para criarmos um conto em grupo, baseando-nos numa imagem que a professora nos mostrou e no final o conto do nosso grupo ganhou.

O Resultado ficou assim:

 

Parecia até uma cena saída de um filme.

Encontrava-me naquele café sobriamente vazio. Atrás do balcão encontrava-se a D.Teresa, que conhecia há largos anos. Sentei-me na mesa habitual, enquanto tomava um café tentando aquecer o que dentro de mim permanecia gelado há tempo demasiado para me lembrar porquê.

Enquanto tomava um gole do meu café, olhando para a janela e reflectindo sobre a minha própria vida.

De repente, vi apenas os seus cabelos loiros, que esvoaçavam ao sabor do vento enquanto corria com desespero estampado na face.

Entrou no café e sentou-se como se nada antes tivesse acontecido. Permaneceu em silêncio enquanto, movido por uma imensa coragem, quase insana, lhe perguntei o que se tinha passado. Achei a sua atitude compreensível, uma vez que nunca antes nesta vida trágica e apressada nos tínhamos cruzado..

Costumo sentir coisas, coisas que os outros não sentem. Não me considero uma pessoa estranha, apenas poética. Gosto de romance na vida, como tal senti que tinha sido o destino a trazer-la até mim.

Brincava incessantemente com um anel dourado, que associei a uma aliança, provavelmente preveniente de um amor perdido tal como aquele o que o meu um dia foi. Nos seus olhos vi o mesmo sentimento que sentia dentro de mim. Há coisas que nós, seres humanos, que por nossa natureza somos ridículos, não temos maneira de explicar. O que senti ao ver aquela figura misterioso diante de mim é uma dessas coisas. Travou-se de um sentimento com uma beleza inimaginável. No entanto, não me deixou acabar a minha intensa e pormenorizada análise e, interrompendo os meus pensamentos levantou-se. Não estava disposto a deixa-lá partir quando ainda nem tinha tido hipótese de a ter, e então decidi segui-la a uma distância considerável, porque afinal, qualquer pessoa norma se assustaria ao ser seguida por um completo estranho.

Seguia distraída pela estrada.

Apesar de toda a minha atenção se focar nela e na sua extrema mas trágica beleza, consegui ver a arma que lhe era apontada a partir da janela de um carro preto que dela se aproximava. Num impulso injustificável aos olhos de qualquer ser humano, lancei-me para a morte, ao mesmo tempo que sabia que me estava a lançar para a vida. A última coisa que senti foram as minhas mãos a tocarem o chão bruscamente no seu corpo, num empurrão desesperado. Depois Caí.

Não sei porque o fiz, mas finalmente encontrei a paz de que precisava.

Nunca soube o seu nome, mas no fundo, a minha alma sempre a conheceu.

 
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